Professora Colaboradora do Programa de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do ABC (PCHS/UFABC). Pós-doutora em Ciências Humanas e Sociais pela mesma universidade, com pesquisa sobre judicialização dos direitos sociais (Capes, 2016-2021). Coordenadora adjunta do grupo Política, Políticas Públicas e Ação Coletiva (3PAC/UFABC), do CNPq. Coordenadora adjunta da Escola Preparatória para a Pós-Graduação em Humanidades (Pós-Graduar/UFABC). É graduada em Ciências Sociais (2002) pela Universidade de São Paulo, com Mestrado (2006) e Doutorado (2011) em Sociologia, pela mesma universidade. Realizou estágio doutoral na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), Paris, França (2010), no âmbito do projeto “Social Exclusion, territories and urban policies (SetUp): a comparison between India and Brazil”. Foi pesquisadora associada ao Afro-Latin American Research Institute (ALARI/Harvard, 2020-2022), com o projeto “Urban inequalities through an intersectional perspective”. Atuou como pesquisadora colaboradora no projeto de extensão “Territórios Populares insurgentes: atuação conjunta da universidade e comunidade na leitura, planejamento e qualificação do território” (2020), realizada em parceria entre Central dos Movimentos Populares (CMP) e Laboratório de Justiça Territorial (Labjuta/UFABC). Docência em nível de graduação e pós-graduação, em temas relacionados aos direitos sociais, metodologias qualitativas, memória e território, dentre outros.  Trabalho com educação popular pela Rede Emancipa de Educação Popular. Pesquisas nos seguintes temas: periferias, desigualdades sociais e urbanas, direitos sociais (notadamente direito à moradia), judicialização dos direitos, interseccionalidades e políticas públicas.

Envolvimento com pesquisas sobre políticas de ações afirmativas 

Meu envolvimento com políticas de ação afirmativa se dá inicialmente por ações de extensão universitária e ativismo junto ao movimento social de educação. Desde 2020 atuo na Escola Preparatória para a pós-graduação em Humanidades (Pós-Graduar/UFABC), e desde 2021 na condição de sua coordenadora adjunta. A Pós-Graduar é um projeto de extensão universitária que busca colaborar para a efetivação das políticas de ação afirmativa nas universidades públicas por meio da preparação dos segmentos sociais historicamente sub-representados nesses espaços, para seu ingresso em cursos de pós-graduação. Para isso trabalha com diferentes públicos: pessoas pretas, pardas e indígenas (PPI), moradoras(es) de comunidades periféricas, educadoras(es) populares, pessoas transgêneras, transexuais e travestis, pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio. Mais recentemente, a Pós-Graduar estende seu público-alvo para servidoras(es) da UFABC e docentes do ensino básico público da região do Grande ABC. A escolha do público-alvo da Pós-Graduar dialoga com as ações afirmativas mais recentes da UFABC, como a aprovação da resolução que regulamenta a reserva de vagas para todos os cursos de pós-graduação da universidade, para públicos historicamente excluídos do ensino superior. Outra frente de trabalho com as ações afirmativas está relacionada a minha atuação, desde 2019,  na Rede Emancipa de Educação Popular, movimento social que atua com a formação de estudantes do ensino médio para o ingresso na universidade. Vale observar que a Escola Pós-Graduar tem na Rede Emancipa um de seus principais parceiros. Da convergência entre essas duas ações, orientadas pelos princípios da educação popular e da democratização do ensino superior, é que proponho, no âmbito do projeto “Caleidoscópio”, pesquisa voltada à investigação dos cursos preparatórios populares para a pós-graduação, como exemplos de ação afirmativa, voltados para sua efetivação e aprofundamento. 

Resumo do projeto

A pesquisa tem por objetivo compreender o papel dos cursos preparatórios populares para a pós-graduação, entendendo-os como práticas que contribuem para a efetivação das ações afirmativas. Essa modalidade de curso vem crescendo nos últimos anos, dando continuidade e aprofundamento às propostas de ações semelhantes voltadas para o ingresso nos cursos de graduação, os chamados “cursinhos populares”. Pergunta-se, de forma preliminar, até que ponto as práticas e premissas dos cursos preparatórios para a pós ampliam o sentido de inclusão universitária e ajudam a aprofundar e radicalizar a perspectiva das ações afirmativas no ensino superior. 

Para a realização desta pesquisa propõe-se tomar como estudo de caso a experiência da Escola Preparatória para a Pós-Graduação em Humanidades, ligada a Universidade Federal do ABC (Pós-Graduar/UFABC), em funcionamento desde 2020. A experiência será abordada a partir das seguintes frentes de investigação:

a) estudo das trajetórias de vida das/dos alunas/os egressas/os da Pós-Graduar que ingressaram em programas de pós-graduação;

b)   investigação do contexto sócio-político que evidencia a necessidade de cursos desse tipo, e que se expressam no interior da universidade;

c) debate teórico-crítico com a literatura que vem abordando as políticas de ação afirmativa para o nível da pós-graduação.