Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais pela UFBA e doutorado em Antropologia pela Universidade Santiago de Compostela, validado no Brasil pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia – UFBA. É professora titular da Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Foi gerente das Ações Afirmativas da UNEB. Atualmente é coordenadora da Agência Uneb Inovação. Foi coordenadora e é professora do Programa de Pós-Graduação em Difusão do Conhecimento (PGDC) e do Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural (UNEB). É membro da Comissão Editorial de Periódicos Cientifico da ABA (Associação de Brasileiros de Antropologia. É coordenadora do Grupo de Pesquisa Enlace e foi primeira secretaria da ABEH (Associação Brasileira de Estudos de Homocultura) no decorrer da gestão de 2010-2012. Foi gestora do termo de Cooperação Técnica entre o Ministério Público e a Universidade do Estado da Bahia. Atualmente é Membro da Câmara Básica de Assessoramento e Avaliação Técnica da FAPESB. Seus interesses em ensino, pesquisa e extensão estão nas áreas de sexualidades, masculinidades, relações de gênero, corpo, relações étnico-raciais, ações afirmativas, gestão e difusão do conhecimento, empreendedorismo social, tecnologia social e baianidade.
Costuma-se advogar que a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) consolidou-se fundamentalmente na perspectiva não elitista, por isso, me permito a imaginar que a UNEB seja por “natureza” uma Universidade voltada para as Ações Afirmativas desde seu nascedouro, há quarenta anos atrás. Desta forma, acredito que o meu envolvimento na política de ações afirmativas ocorre em 1997, quando efetivamente ingresso nesta universidade como docente. De lá pra cá, as pesquisas desenvolvidas por mim têm a ver com os interlocutores/as que possuem suas histórias de vidas marcadas pelas relações de classe, raça, gênero, sexualidades e deficiências não hegemônicas. Em 2022, assumo a gerência da Pró-Reitoria das Ações Afirmativa (PROAF-UNEB), daí convido Paulo Neves para ministrar a Conferência de Abertura do evento intitulado IV Encontro Afirmativa . Neste evento, em conversas entabuladas com alguns dos futuros integrantes do projeto em rede Caleidoscópio identificamos que era necessário criar mecanismo e estratégias para compreender, examinar e promover pesquisas sobre as trajetórias profissionais dos (as) nossos egressos cotistas no mundo do trabalho. Com efeito, iniciamos a pesquisa na Universidade do Estado da Bahia como integrante deste projeto desejando alcançar este objetivo.
No texto intitulado “Governos Lula e Dilma em matéria de seguridade social e acesso à educação superior” (2018) escrito as seis mãos, os autores discorrem sobre a possibilidade de uma mudança significativa se prestarmos atenção aos impactos causados pelas políticas de ações afirmativas no âmbito das universidades. Nesta senda, sublinhamos as três fases ocorridas na política de cotas nas universidades federais : a) (2006-2011) espontânea por decisão das próprias instituições; b) (2011 -2022) política pública ensejada pelo Supremo Tribunal com aprovação da Lei n 12711, de 2012; c) (2022 -XXXX) a revisão da lei e sua permanência. Para esta nova fase é preciso criar mecanismo e estratégias para compreender, examinar e promover pesquisas sobre as trajetórias profissionais dos (as) nossos egressos cotistas no mundo do trabalho. Desta forma investiremos em três procedimentos metodológicos 1) Levantamento dos dados dos egressos no sistema da Uneb, em seus 31 departamentos espalhados em toda Bahia; 2) entrevistas das histórias de vida com destaque a trajetória no mundo do trabalho; 3) grupos focais. Nesta breve reflexão sobre a necessidade de análise sobre itinerários profissionais de egressos cotistas, tentaremos mostrar como para além da importância das cotas para entrada nas universidades publicas é necessário que possamos estabelecer mecanismos no âmbito das Universidade que possam acompanhar como os nossos egressos estão se virando no mundo do trabalho do trabalho, largamente estruturado por uma ideologia do empreendedorismo que possui feições meritocráticas tão marcantes e um crescimento da uberizacão.