Givânia Maria da Silva

Educadora quilombola de Conceição das Crioulas, Salgueiro/PE. Graduada em Letras e Pedagogia, especialista em Programação de Ensino e em Desenvolvimento Local Sustentável. Mestre em Políticas Públicas e Gestão da Educação pela Universidade de Brasília-UnB (2010-2012) e doutora em Sociologia pela mesma Universidade (2022). Pesquisadora na área de educação escolar quilombola, organização de mulheres quilombolas e questões de terras em quilombos. Integrante do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro/NEAB; do Grupo de Estudos em Políticas Públicas, História e Educação das Relações Raciais/ GEPPHERG (UnB). É cofundadora da Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas – CONAQ, coordena o Coletivo Nacional de Educação; associada da Associação Brasileira de pesquisadores e pesquisadoras negras – ABPN, coordena Área Científica: Quilombos, territorialidades e Saberes Emancipatórios da ABPN. É membro do Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030. Foi subsecretária de Políticas para povos e comunidades tradicionais da SEPPIR (2007-2008 e 2015 a 2016) e Coordenadora Geral de Regularização dos territórios quilombolas do INCRA (dezembro de 2008 a março de 2015). Prestou consultoria para as seguintes agências da ONU: ONU mulheres, FAO, FLACSO, UNICEF e PNUD. É integrante da Rede de Ativista pelo direito à educação do Fundo Malala no Brasil e membro da Cátedra da Educação Básica da USP.

Envolvimento com pesquisas sobre políticas de ações afirmativas

Desde muito cedo, tenho me dedicado a olhar as lacunas que existem no acesso de quilombolas à educação. Talvez pelo fato de ser professora a minha crença na capacidade da educação mudar e transformar vidas, sobretudo, na vida daqueles que historicamente foram deixados às margens ou foram excluídos do acesso à educação. Tenho refletido e escrito sobre a necessidade de uma formação docente, da construção de materiais didáticos, revisão dos currículos que reconheça os quilombolas em suas múltiplas formas de viver, sentir, fazer nos em muitos contextos. 

Pela minha experiência tanto como estudante na UnB, como de professora voluntária e substituta da referida instituição, escrevi um artigo sobre as cotas na UnB, intitulado: “As cotas raciais na UnB: avanços, desafios e questões abertas” (2019) . O texto descreve sobre o papel das cotas na UnB e como uma instituição pioneira na implementação de cotas ainda tem grandes  desafios na contemporaneidade, inclusive no que se refere ao currículo. Tenho me dedicado nos últimos tempos me dedicado a pensar como os quilombolas têm acessado à educação básica e superior. Sobre a formação docente, o currículo e elaboração de material didático voltado para o fortalecimento da identidade quilombola e para visualização desses grupos e sujeitos, os quilombolas e os territórios quilombolas. Atualmente tenho me dedicado ao tema da educação, no que se refere a educação que temos e a que queremos.