Professor Titular na Universidade Federal do ABC, onde é coordenador da Editora da UFABC (EDUFABC). Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1989), mestrado em Sociologia e Ciências Humanas – Universite Lumiere Lyon 2 (1992) e doutorado em Sociologia e Ciências Sociais – Universite Lumiere Lyon 2 (1999). Realizou estágio de pos-doutoramento na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) de Paris em 2003-2004, para onde retornou como pesquisador visitante em 2006. De igual modo, foi Visiting Researcher na University of Ottawa (2013), na City University of New York-CUNY (2013-2014), na Princeton University (2014) e na University of Cape Town (2017). Atuou entre 2006 e 2015 como professor visitante no IEP-Lyon (Sciences-Po Lyon), onde um mês por ano ofertou disciplinas sobre interculturalidade e a atualidade política latino-americana em cursos de mestrado e graduação. Foi, ainda, professor visitante nas Universidades de Lyon2 e Rennes 2 (onde ocupou a cátedra das Américas), assim como no IEP (Sciences-Po) de Grénoble. Atuou entre 1997 e 2018 na Universidade Federal de Sergipe, ocupando os cargos de Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, membro da Coordenação colegiada do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas, Coordenador do Programa de Ações Afirmativas, editor da revista TOMO entre 1999 e 2001, e onde continua atuando como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia-UFS e como membro do Grupo de Pesquisa em Exclusão, Cidadania e Direitos Humanos (GEPEC). É também Pesquisador Associado do Centre Max Weber, França. Tem experiência de pesquisa na área de Sociologia e Ciência Politica, com ênfase em Sociologia Política, Sociologia da Educação e Políticas Públicas, atuando e publicando principalmente sobre os seguintes temas: direitos humanos, relações raciais, ações afirmativas, cidadania, segurança pública, minorias e movimentos sociais. Foi membro da diretoria da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS), gestão 2019-2020. Foi coordenador do ST e do GT sobre Relações Raciais e Desigualdades na ANPOCS entre 2016 e 2018.
RELATO:
Como comecei a pesquisar temas sobre raciais e ações afirmativas.
Meu contato com o tema das relações raciais deu-se por razões existenciais e também acadêmicas. Fui adolescente em um bairro popular na cidade de Salvador (Liberdade) em uma época em que pululavam blocos afros nessa região da cidade, o mais conhecido dos quais era o Ilê Ayê. Com isso, minha auto-percepção e interesse intelectual sobre o tema do racismo e das lutas antirracistas foram desde cedo aflorados. Da mesma forma, durante minha tese de doutorado, sobre o movimento operário dos trabalhadores do petróleo na Bahia entre os anos 1950 e 1994, ficou muito clara a relação entre raça e classe nas estratégias de mobilização operária nos anos 1950, algo que teria um refluxo após os anos 1960, quando o movimento petroleiro torna-se um ator importante nas mobilizações políticas populistas.
Assim, quando volto ao Brasil no final dos anos 1990, o tema das relações raciais tornou-se naturalmente um dos meus caminhos de pesquisas. Ademais, ao iniciar minha atuação no NEAB da Universidade Federal de Sergipe, passei a militar em prol das ações afirmativas, em uma época em que o debate sobre o tema dividia as ciências sociais e, mesmo, o país. Quando as ações afirmativas são implantadas na UFS, torno-me coordenador do Programa de Ações Afirmativas e passo a realizar pesquisas de avaliação dessas políticas. Nesse sentido, pesquisar as ações afirmativas tornou-se um dos meus principais investimentos acadêmicos nas últimas décadas, o que se concretiza na rede formada em torno do projeto Caleidoscópio das Ações Afirmativas.