Graduado em Administração pela Universidade Federal da Bahia (1994), com bolsa de Iniciação Científica do CNPq; mestre em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (1997), com bolsa CAPES e dissertação aprovada com distinção e louvor; e doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo e em Sociologia e Antropologia pela Université Lumière Lyon 2, com bolsa CAPES no quadro do Colégio Doutoral Franco-Brasileiro (tese escrita em co-tutela com dupla titulação), aprovada com distinção e louvor por ambas as universidades e vencedora do Prêmio Tese Destaque USP 2013 no âmbito das Ciências Humanas. É professor do Departamento de Administração do Centro Universitário FEI, lecionando no Programa de Mestrado e Doutorado em Administração e na Graduação em Administração; e docente dos cursos de Graduação em Comunicação da ESPM. Líder do tema Administração Pública, Políticas Públicas e Relações Raciais no Brasil da Divisão de Administração Pública da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração (ANPAD). Publicou artigos em periódicos nacionais e internacionais de Ciências Sociais e de Administração, capítulos de coletâneas nesses campos do conhecimento e é autor dos livros Executivos negros: racismo e diversidade no mundo empresarial (Edusp, 2016 e 2022), contemplado em 2017 com o Prêmio Jabuti na categoria Economia, Administração e Negócios, e com o Prêmio ABEU (Associação Brasileira das Editoras Universitárias), na categoria Ciências Humanas; e Sociologia das organizações: conceitos, relatos e casos (Cengage Learning, 2017). Áreas de estudos e pesquisa: abordagem sócio-antropológica das organizações, diversidade nas organizações (raça/etnia, gênero, etarismo); sociologia clínica (prazer e sofrimento no trabalho), métodos qualitativos de pesquisa (etnografia, história de vida, entrevista).
Comecei a me envolver com pesquisas sobre políticas de ações afirmativas por ocasião do meu curso de doutorado, realizado entre os anos de 2007 e 2011 no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo sob a orientação do professor Kabengele Munanga. Naquela ocasião, a sociedade brasileira e as ciências sociais no país estavam discutindo calorosamente esse tema, que assim se fazia presente nas aulas do meu orientador, nos debates promovidos pela universidade e entidades científicas das ciências sociais, etc. A minha tese enfocou as trajetórias profissionais de duas gerações de executivos negros, uma formada por profissionais que iniciaram a carreira no final dos anos 1970 e outra no início do século XXI. O contexto sociopolítico que emoldurou o início da vida profissional daqueles que formaram a primeira geração em nada teve a ver com as políticas de ação afirmativa. Já os jovens que entraram no mundo empresarial no início do século XXI e aspiravam chegar a posições executivas começaram seus percursos no contexto dos debates acirrados sobre essas políticas e mesmo da implementação delas no ensino superior. Por consequência disso, e também em razão de embates envolvendo ONGs ligadas ao movimento negro, o Ministério Público do Trabalho e empresas do segmento bancário, diversos bancos privados que atuavam no Brasil lançaram programas de ação afirmativa voltados para a contratação desses jovens negros. Desde então, tenho empreendido um esforço para acompanhar as ações afirmativas, seus alcances e limites, no mundo empresarial, algo que pretendo impulsionar com a participação no Projeto Caleidoscópio.