Mestrando do programa de pós-graduação em políticas públicas da Universidade Federal do ABC (CAPES, 2020 -2022), tendo como tema a educação e os movimentos sociais de cursinhos pré-vestibular populares ligados ao movimento negro. Possui formação em Ciências e Humanidades (2018) e políticas públicas pela mesma instituição. É professor de cursinhos populares desde 2013 e cofundador do cursinho popular Conceição Evaristo (2019), atuando nestes espaços nas periferias da zona sul da cidade de São Paulo, em especial na comunidade de Paraisópolis. Atua em diversas áreas do terceiro setor e empresas privadas, algumas delas são: Instituto Crescer, IBOPE, IPEC (pesquisas quantitativas e qualitativas), órgãos públicos, como a Secretaria de Inovação e Tecnologia São Paulo (SMIT), ARTESP, Ensina Brasil e a escola Camino Education são exemplos de minha trajetória profissional. Elaborou e coordenou, juntamente com professoras(es) de cursinhos populares da zona sul de São Paulo, a Campanha Redeapoiomaes, o projeto de Cross Founding que arrecadou fundos para mães e mulheres trabalhadoras informais que tiveram sua renda afetada por conta da pandemia COVID-19, o projeto arrecadou mais de cem mil reais que foram distribuídos para mães e mulheres de todo o Brasil em contexto de vulnerabilidade durante a pandemia de COVID-19. Pesquisa os seguintes temas: Educação, movimentos sociais de educação, movimento negro, identidade afro-brasileira.
O envolvimento que tenho com pesquisas de ações afirmativas se dá a partir de meu ingresso na universidade, ainda na graduação, por ser estudante de cursinho popular. O debate sobre políticas públicas de cotas para pessoas negras nas universidades estava presente durante as aulas no cursinho e logo que ingressei, como cotista na UFABC, fui convidado para ser professor do cursinho popular em minha comunidade. A partir daquele momento (2013), passei a pesquisar as políticas de ações afirmativas, neste mesmo período comecei a fazer parte do coletivo negro vozes e participar dos debates sobre cotas e a política e permanência de pessoas negras cotistas na universidade. Aliei a militância no movimento social de cursinhos populares a trabalhos acadêmicos, fazendo disciplinas que debatiam o tema da negritude e a luta dos movimentos negros pela democratização da educação formal. Atualmente estou pesquisa a fundo a trajetória dos cursinhos populares ligados aos movimentos negros e a contribuição destes espaços para politicas públicas de educação.
A pesquisa tem por objetivo compreender o papel dos cursinhos pré-vestibular populares ligados ao movimento negro, a contribuição para o ingresso de pessoas negras da periferia da cidade de São Paulo nas universidades e a luta desses movimentos sociais (cursinhos populares) pela democratização da educação e o resgate da identidade negra na educação. Os cursinhos populares ligados ao movimento negro estão historicamente ligado ao debate do acesso a educação para população negra por meio de políticas de ações afirmativas, a investigação da pesquisa segue a linha histórica da trajetória dos pré-vestibulares populares buscando identificar qual o impacto na vida das pessoas pretas que passam por estes espaços no que se refere ao resgate da identidade e valores do povo negro no Brasil. Faz parte da investigação a seguinte pergunta: Há uma preparação dos(as) estudantes para além dos conteúdos curriculares¿
A subdivisão da pesquisa segue, em linha gerais os três pontos destacados abaixo.
a) estudo das trajetórias das/dos alunas/os dentro dos cursinhos populares;
b) investigação do contexto das aulas e atividades dos cursinhos (os temas debatidos durante as aulas);
c) revisão bibliográfica dos(as) principais autores(as) que debatem o tema com foco em evidenciar como os cursinhos pré-vestibular populares ligados ao movimento negro são espaços de ressignificação e debate de maneira ampla a educação como um todo.