Graduada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (2005), com mestrado (2016) e doutorado (2022) em Antropologia Social pela mesma universidade. Atuou como Coordenadora de Políticas de Juventude na Secretaria de Participação Cidadã no Município de Embu das Artes (2011-2012) e em organizações da sociedade civil ligadas à Educação e Direitos Humanos, tais como Ação Educativa (2006-2009), Centro de Direitos Humanos e Educação Popular do Campo Limpo – CDHEP (2012-2016), Pastoral Carcerária (2019), dentre outras. Possui experiência com docência e pesquisa na área de Ciências Sociais de temas relacionados à Antropologia, Periferias, Marcadores Sociais da Diferença, Violência e Movimentos Sociais, contando com publicações em periódicos nacionais e internacionais. Foi coordenadora de campo da pesquisa “Social Mobility, Poverty Reduction, and Democracy in an Emerging Middle Class – Nacional Science Foundation-NSF/Portland State University”, financiada pela NSF/USA e articulada a Acordo de Cooperação Internacional com a FFLCH/USP (2016-2020). É pesquisadora colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais (PPGCHS) da Universidade Federal do ABC (desde 2023) com bolsa de pós-doutorado pela Fapesp. Atuou como professora visitante no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social – FFLCH-USP (2023). Participou do projeto de extensão universitária “A pandemia do Covid-19 sob perspectiva interseccional em territórios periféricos diálogos entre Brasil e África do Sul” financiado pela Pró-reitoria de cultura e extensão universitária da USP (2021-2022), onde dirigiu o podcast Ecos Pandêmicos.
Os estudos relacionados à expansão do ensino superior e às políticas de ações afirmativas não eram o foco direto de minhas pesquisas, embora essa questão sempre estivesse presente nas trajetórias de vida de minhas interlocutoras em meus estudos sobre periferias, movimentos sociais e até mesmo violências. O ingresso na universidade, a realização do “sonho de fazer uma faculdade”, as mudanças de projetos de vida em contextos de pobreza e violência eram narrados como transformações significativas para produção de si e também das condições de existência. Foi em 2018, juntamente com o antropólogo Charles Klein, que comecei a me concentrar mais exclusivamente nesse tema focando nos chamados estudantes de primeira geração de suas famílias no ensino superior em uma universidade privada com fins lucrativos localizada em uma das periferias da cidade de São Paulo. Esse tema foi se tornando cada vez mais relevante durante meu doutorado, quando, ao analisar trajetórias de vida de mulheres de diversas gerações moradoras de territórios periférico, ficou evidente como a escolarização, sobretudo o ensino superior, significava uma conquista relevante e valorizada por elas no sentido de alcançar maior autonomia e segurança para suas famílias. Da mesma forma, ao acompanhar trajetórias de mulheres mais jovens, o ingresso no ensino superior pode também estar conectado a redes de ativismo local vinculados às pautas do movimento negro e feminista nos contextos das periferias. Desse modo, transformações econômicas, políticas e culturais ocorridas nos últimos 40 anos fez com que o acesso à educação fosse vivido de forma bem distinta por diferentes gerações de mulheres. Investigar essas experiências é o foco do meu atual projeto de pós-doutorado que integra o Projeto Caleidoscópio.